Resenha: O Primeiro Telefonema do Céu

terça-feira, 20 de janeiro de 2015
Livro: O Primeiro Telefonem do Céu
Autor: Mitch Albom
Editora: Arqueiro
Sinopse: Como você se sentiria se um dia recebesse uma ligação de alguém que ama muito e que já se foi?
Numa sexta-feira comum, o telefone de Tess Rafferty toca. É sua mãe, Ruth, que morreu quatro anos antes. Em seguida, Jack Sellers e Katherine Yellin recebem ligações semelhantes, do filho e da irmã, também já falecidos.
Nas semanas seguintes, outros habitantes de Coldwater afirmam que estão em contato direto com o além, e que seus interlocutores lhes pediram para espalhar a boa-nova ao maior número possível de pessoas. A mensagem é simples: o céu existe, e é um lugar onde todos são iguais.
Em pouco tempo, correspondentes de diversos meios de comunicação aportam na cidade para transmitir os desdobramentos do fenômeno que pode ser o maior milagre da atualidade. Visitantes do país inteiro começam a surgir, as vendas de telefone disparam e as igrejas se enchem de fiéis.
Apenas uma pessoa desconfia da história: Sully Harding, ex-piloto das Forças Armadas. Após quase morrer num desastre aéreo, perder a mulher e cumprir pena por um crime que não cometeu, ele não acredita num mundo melhor, muito menos após a morte. E quando seu filho pequeno começa a esperar uma ligação da mãe morta, ele decide provar que estão todos sendo enganados.
O primeiro telefonema do céu é uma história de mistério e, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre o poder da conexão humana. Em uma narrativa que vai tocar sua alma, Mitch Albom prova mais uma vez por que é um dos autores mais queridos da atualidade. 

Então, a resenha de hoje é sobre um livro que trata sobre morte, quer dizer, sobre o que pode, talvez, existir além dela. Bem, vou explicar melhor no decorrer desta resenha. O Primeiro telefonema do Céu é um livro que coloca alguns personagens em destaque, diferentemente da maioria dos livros que possuem apenas um personagem principal. Então, os personagens são: Tess Rafferty, Jack Sellers e Katherine Yellin. Estes personagens recebem ligações de pessoas próximas a eles que já faleceram. Sim, isso mesmo. Uma possível ligação do céu. Além desse fato em comum, eles moram na mesma cidade. 

O pedido das pessoas que ligavam do "céu" era simples, que a notícia fosse espalhada para a pequena cidade e depois para o mundo. Ou seja, quem estivesse recebendo as ligações, deveria contar aos quatro cantos do mundo que existia uma vida cheia de paz, amor, esperança e harmonia no céu ou onde quer que fosse. Após a primeira mulher, Tess, contar para várias pessoas e também para a imprensa, sobre o acontecido, a notícia se espalhou rapidamente e a pequena cidade se torna o centro de curiosidade. 

No meio desse emaranhado de situações conflitantes (afinal não é fácil receber uma ligação de uma pessoa que se ama e ela não está mais presente!), surge Sully Harding com sua dúvida e se sentiu altamente incomodado com essas notícias. Uma vez que seu pequeno filho acabou de perder a mãe e está bem esperançoso que ela ligue para ele. E por conta de seu ceticismo, decide investigar a verdade ou a possível verdade. 

Meu primeiro ponto: não gostei muito do livro. Para mim, é muito difícil de acreditar em coisas como essas e o autor não me convenceu com os argumentos utilizados para justificar a ação. Quando solicitei o livro para a Editora Arqueiro, eu achei que era uma história sobre alguma moça ou rapaz que tinha perdido alguém e por algum motivo aparente, recebeu uma ligação do céu como forma de aliviar a dor. Puro engano. Não ruim, mas um pouco desmotivante. Eu imaginei esse livro religioso, tendencioso. 

O segundo ponto é que ele é relatado de forma superficial por cima do ponto de vista dos personagens. Acho que isso serviu para da uma aliviada no tema, que não é muito fácil, afinal, "pessoas que morreram estavam ligando do céu". Confesso que no começo fiquei bem perdida quanto à essa intercalação de visões dos personagens, mas depois me acostumei. Mas de forma geral, mesmo que eu não tenha curtido tanto, o modo de desenvolver as falas foi fator positivo para a narração, que para mim foi sutil e objetiva.

O desenvolvimento é lento no começo, como comentei minha dificuldade de "engatar" a leitura no início do livro, mas depois ganha ritmo e permite ao leitor se relacionar e conversar com os personagens. Claro que, não dá pra adentrar de fato na vida de nenhum deles, pois por ser vários, acaba deixando um tanto superficial, conhecendo alguma parte do passado que se relacione com a atual situação. A mistura do livro com um pouco de história, religião, drama, romance, permitiu que o livro seja interessante.

Os personagens são interessantes e despertam a curiosidade do leitor. Eles possuem vidas diferentes, empregos e formações distintas, caminhos e amigos divergentes. Mas o que mais os motiva a viver é a fé de uns, dor de outros, saudade daquele, amor desse; emoções que os levam ao caminho da fé e concomitantemente à Deus. Todos eles estão sentindo falta de alguém que já se foi, que morreu, e de alguma forma conseguem se ajudar, mesmo que alguns nem se conheçam e nunca tenham se visto. Essa é a mensagem que o livro deixou para mim.

Mesmo que eu não tenha curtido o livro no que diz respeito à algumas coisas, ainda sim eu diria que é um livro para quem precisa de fé, de amor próprio, precisa superar as coisas que não possuem volta. Todos sabemos o quanto é difícil seguir em frente e deixar de lado aquilo que amamos e não podemos mais ter, não podemos mais tocar e receber ou dar amor. Isso dói. Isso leva ao desespero. E talvez O Primeiro Telefonema do Céu seja um livro que signifique recomeço para muitas pessoas.

8 comentários:

  1. Lú querida que saudade!!! Adorei ver seu comentário lá no blog!!! Vim correndo ler sua resenha e sinto por vc não ter gostado muito da leitura. Quando esse livro foi lançado também pensei em solicitar, mas depois refletir melhor e mudei de opinião. Essa temática é mesmo muito polêmica e se o autor não tiver uma boa argumentação acaba não sabendo desenvolver a ideia.
    Mas valeu a pena ter uma noção maior do que encontrar nessa história. Parabéns por ter concluído a leitura, mesmo que ela não tenha te envolvido como deveria.
    Beijos e ótima semana !!!

    Leituras, vida e paixões!!!

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  2. Olá, tudo bem ?
    Uma pena não ter gostado, acho essa temática complicada, não sei se leria este tipo de livro.
    Beijos
    www.estilogisele.com.br

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  3. Oi Lu, tudo bem?
    A sua é a segunda resenha de hoje sobre esse livro que leio. Confesso que parece ser um livro interessante, mas não leria, ao menos não no momento. E depois da sua resenha, acho que postergaria mais ainda, pois não gosto muito desse tipo de abordagem.
    Abraços,
    Amanda Almeida
    Você é o que lê

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  4. Apesar do enredo parecer ser interessante, não chamou muito a minha atenção, creio que por não fazer o meu estilo, e ainda mais que você falou que o começo foi um tanto lento, então acho que não leria.
    Bjs
    Amanda Nery
    www.leituraentreamigas.com.br

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  5. Oi Lu!
    No inicio da resenha, eu fiquei interessada pelo livro, mesmo não sendo um assunto que eu goste de ler. Pensei que se tratava sobre um livro mais focado em espiritismo, alá Allan Kardec, hehe. Uma pena que o livro não tenha atingido suas expectativas, agora tô um pouco com o pé atrás =/

    Beijos!

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  6. Oi
    Parece ser uma leitura interessante, mas como tinha escolhido outros da editora para ler, acabei não dando a devida atenção para esse.Beijinhos
    Renata
    Escuta Essa

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  7. Oii
    Esse livro deve passar uma mensagem bacana.
    Eu já vi muitas resenhas positivas, mas assim como você, muitas pessoas não gostaram tanto.
    Uma pena.

    livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

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  8. Eu em particular acho essa temática difícil de ser escrita, pois a argumentação tem que ser bem feita, para conseguir convencer o leitor ou ao menos fazer ele refletir. Talvez eu pudesse ler esse livro, mas não seria uma das minhas prioridades de leitura.
    http://ancorandoomundo.blogspot.com.br/

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