Resenha: Acanãs - aequilibrium

Livro: Acanãs - aequilibrium

Autor: Julio Rocha

Sinopse: A cidade corre o risco de ser devastada e o destino de milhões de pessoas estão nas mãos de seis jovens que descobrem possuir poderes especiais. Luana é uma estudante de Arquitetura e descendente de uma tribo cuja história é recheada de lendas sobre uma lança mágica e jovens com poderes sobrenaturais. Pedro estuda Direito e seus ancestrais eram guerreiros fortes e velozes. Luana é uma Acanã e Pedro um Aioa: dois clãs inimigos, desde que foram criados no século XIV. O destino os coloca lado a lado em uma guerra adormecida havia mais de cem anos.

Um livro que eu tenho vergonha de dizer que não conhecia, ou até mesmo que nunca tinha lido. Julio Rocha é um escritor nacional de mão cheia, sabe nos levar para dentro de uma viajem literária inacreditável, é muito intensa a sua escrita e nos faz querer ler mais e mais. Óbvio que depois dessa leitura eu irei procurar por mais obras do autor.

Acanãs - aequilibrium é o primeiro livro de uma saga, onde nós vamos conviver com alguns personagens intrigantes, entre eles: Luana, Pedro, Eduardo, Ricardo, Leonardo, Felipe e Cláudia. A história começa quando Luana e Eduardo - que são namorados - estão passeando e Eduardo é sequestrado, deixando Luana com medo e frustrada, mas no momento da fuga ela consegue pegar (melhor, arrancar) um brinco de um dos sequestradores de Eduardo. Esse brinco é a chave para ela, Ricardo e Léo acreditarem que realmente eles tem alguma ligação com o passado das duas tribos rivais, as mesmas que são "donas", de certa forma, daquela terra do Estado onde se passa a história. 

Eduardo foi sequestrado porque é o único que pode encontrar o objeto sagrado que tem o poder de manter ou não manter o equilíbrio da natureza,  onde pode fazer e criar tempestades, tsunamis, terremotos, qualquer desequilíbrio de ordem natural, mas de forma intencional. Ele, Luana, Ricardo, Léo, Bruno e Cláudia são da tribo que querem a paz; Pedro é da tribo rival, mas está lutando contra os poucos dessa tribo que querem se beneficiar com o objeto sagrado.

Entre alguns capítulos que são intercalados, podemos visualizar e entender melhor a história, do motivo de ter essa disputa entre as tribos por conta do objeto, de alguns fragmentos de disputas passadas entre as tribos. É inteligente a história, é fácil saber disso porque não é um assunto clichê, é diferente, é intrigante, é sensacional! Há outros personagens, o pai de Pedro que é o chefe da tribo rival, há o chefe da tribo de Luana, há os maléficos que querem roubar o objeto, não vou citar todos para não confundi a cabeça de ninguém.

É uma história onde podemos opinar, eu consegui até conversar com os personagens, dava instruções, avisos, ficava com raiva de alguns deles. Me levou a pensar na pessoa errada no quesito traição. Não podemos perder nenhum detalhe se não é complicado entender algum acontecimento, mas não deixa de ser leve. Os acontecimentos, a ação, é muito legal, eu gosto de livros que não me deixe parada, que faça meu coração acelerar, meus pés ficarem balançando de ansiedade, e eu consegui isso com esta belezinha aqui. 

Claro, o livro é o primeiro da saga, e veio com aquele ar de introdutório, mas não foi por esse motivo que eu tirei um coração, pois achei bem construído e admirável a personalidade do autor implícita no rol da história, e sim por algumas ações da Luana, ela me pareceu uma moça indecisa, algumas vezes ela me irritou bastante, logo ela não se tornou minha personagem preferida. Mas devo salientar, ela "levou" a história muito bem, já que a maioria das ações eram por decisão dela, e que fique claro, fiquei chateada com ela em relação ao coração estúpido que batia por três garotos. 

Além do livro ser incrível, uma narrativa muito lisa, simples e fluida, ainda nos deparamos com ZERO ERROS de ortografia. Inacreditável. Melhor que livros estrangeiros, ou até mesmo alguns nacionais que vemos repletos de erros ortográficos. Parabéns, Julio! Deu pra notar que o livro é mais que recomendado, não é?